26 julho, 2010

Essa mania de controlar

Tenho assistido a série Brothers and Sisters , não é das melhores, quase nunca é engraçada e apesar de mais uma série nos padrões americanos ela retrata com exatidão muitos dos dramas familiares dos quais não sou exceção.
A personagem Nora  Walker é a matriarca da família, e pela frase :
“Nós Walkers somos como a máfia, uma vez que você entra, nunca mais sai”; já dá para sacar seu lado exacerbado de controladora e manipuladora.
Durante muitos anos senti essa pressão bem de perto e hoje boa parte de minha  postura com relação a maneira de demontsração de amor que observo nas pessoas não escapa desse referencial  a qual discordo plenamente.
Com certeza as pessoas que mais negam e mais têm resistência para aceitar o fato de serem controladoras, são as que mais exercem esse domínio sob os outros e até, a si mesmas. Por isso vale a pena refletir se você tem ou não a tendência de controlar ou se convive com alguém que tem. Muitas vezes nem sempre é fácil a própria pessoa reconhecer. Mas se for perguntado às pessoas que estão a seu lado, elas responderão com a maior facilidade. O controle pode acontecer por diversos fatores e se manifestar de diversas formas.
Se um pássaro não quer ser controlado por uma gaiola , um ser humano não quer ser tolido de sua individualidade , de sua unicidade.
O controlador tem a necessidade de querer saber de tudo o que as pessoas fazem, geralmente as mais próximas. Ou ainda, além de querer saber, desejam e verbalizam que o  que o outro fez, não é correcto. Tentam impor, às vezes sutilmente, outras vezes de forma mais agressiva, seu próprio jeito de pensar, fazer e ser. Tudo com o pretexto, é claro, que é para o próprio bem do outro. O controlador tem o desejo, muitas vezes inconsciente, que só ele sabe o melhor caminho, o que é certo. Na verdade, este comportamento pode ser facilmente identificado como nobre e afectuoso.
Não acredite nisso, pois o controle talvez esteja mascarado sob o cuidado, mas nunca é exercido sem uma razão egoísta.
As pessoas que tendem a controlar, mais uma vez inconscientemente, exige um enorme retorno.
 Esperam ser notadas, admiradas e amadas por tudo aquilo que se sacrificaram, fizeram e principalmente, por tudo aquilo que deixaram de fazer. Quando seus esforços, conselhos, não são aceitos ou reconhecidos, se sentem incapazes, exauridas, raivosas, o que explica muitas vezes um comportamento agressivo. O que o outro faz sempre tem a conotação que está errado, deixando a nítida sensação que não é capaz, podendo levá-lo a uma reação agressiva ou autodestrutiva.
Neste momento, o controlador se transforma em vítima: "fiz pelo seu próprio bem", ou ainda: "depois de tudo que fiz por você". Como forma de defesa, cada um passa a atacar o outro, formando assim, um círculo vicioso. Não percebe a quantidade enorme de energia que desperdiça ao tentar controlar sentimentos, pensamentos e comportamentos. Há ainda aquelas pessoas que deixam de fazer suas próprias coisas, adiam seus compromissos ou adaptam constantemente seus comportamentos às conveniências do outro. Por trás desta aparente passividade, também há um tipo de controle, pois ao agirem assim, escondem suas reais necessidades, tentam agradar, na esperança desesperada de serem amadas. Há também aqueles que por necessidade de serem aceitos, se deixam controlar, assumindo papéis e comportamentos que não fazem parte de sua essência. Na prática, o controle quase nunca consegue levar alguém às mudanças desejadas. E o que é pior, ao voltar toda atenção para quem quer que seja, perde-se de vista a única pessoa a quem se pode modificar de verdade: você mesmo. Por trás do controle, há o desejo que o outro faça como ele quer, ou seja, que o outro mude, e por que não mudar a si próprio? Será que isto não é um sinal que você precisa voltar a atenção para sua própria vida? Ao controlar, distancia-se dos próprios sentimentos, necessidades e interesses, e assim, afasta-se cada vez mais da pessoa que se é, pois perde o referencial interno e coloca-o no outro. Já pensou nisto? Isto vale também para quem tem a tendência a controlar a si mesmo. O controle tende a ocultar a verdadeira identidade da pessoa, perdendo-se dentro de si mesma. Ao menos temporariamente, o controle dá a ilusão de poder e ser capaz, mostrando a necessidade de afirmar a todo momento seu valor. Muitas pessoas que exercem o controle, cresceram, elas próprias, sentindo-se incapazes e controladas, e com isso, a necessidade de serem reconhecidas e aprovadas em tudo o que fazem, permanece. A tentativa de impor suas próprias vontades perante o outro, esconde a necessidade de serem aceitas e no fundo, amadas. E aquelas que deixam de fazer algo para agradar ao outro, ocultam a mesma necessidade, cuidam de todos, menos delas mesmas, pois nãose sentem capazes para tanto. Toda essa dinâmica, torna os que têm predisposição para a dependência, mais infantis e os agressivos, mais exigentes. Quem está sendo controlado acaba muitas vezes desistindo de lutar para ser ele mesmo, pois no fundo sabe que o controlador sempre tem que ser o melhor. Os três passos para deixar de ser uma pessoa controladora O primeiro passo para se libertar da necessidade de controle é identificar seu comportamento como o de uma pessoa controladora. Para isso é preciso fazer uma análise, um trabalho de autoconhecimento, começando a observar mais os próprios comportamentos. Se isto tende a ser uma defesa contra seus próprios sentimentos, parar de controlar é uma boa maneira de estar mais perto de suas verdadeiras emoções. O segundo passo é ter seu próprio sonho, fazendo com que sua vida traga satisfação e prazer. Ou seja, dar prioridades para suas atividades, seu trabalho ou a busca de um, seu lazer, enfim, sua vida. O terceiro passo só depende de você começar!
O texto na íntegra não é de minha autoria mas espero que o ajude também a compreender algumas atitudes que vivenciamos por aí.

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