26 setembro, 2011

Como vai você

Como vai você?
Eu preciso saber da sua vida.
Peça a alguém pra me contar
Sobre o seu dia.
Anoiteceu e eu preciso de saber.

Como vai você
Que já modificou a minha vida,
Razão da minha paz tão dividida?
Nem sei se eu gosto
Mais de mim ou de você.

Vem, que a sede de te amar me faz melhor.
Eu quero amanhecer ao seu redor.
Preciso tanto me fazer feliz!...
Vem, que o tempo pode afastar nós dois.
Não deixe tanta vida pra depois.
Eu só preciso saber como vai você?

Eu preciso saber da sua vida.
Peço a alguem pra me contar
Sobre o seu dia.
Anoiteceu e eu preciso só saber.
Como vai você
Que já modificou a minha vida,
Razao da minha paz tão dividida
Nem sei se gosto mais de mim ou de você.

Vem, que a sede de te amar me faz melhor.
Eu quero amanhecer ao seu redor.
Preciso tanto me fazer feliz.

Vem, que o tempo pode afastar nós dois!
Não deixe tanta vida pra depois.
Eu só preciso saber, como vai você

23 setembro, 2011

Texto Daniel Piza

A sensibilidade da Su não deixou escapar, fui conferir o texto, realmente muito bom.
A crônica leva o nome" Ensaios d'amor , nome apropriado porque coloca o amor e o ensaio com algo em comum: a tentativa, o entendimento que deve sempre rever a si mesmo, a aproximação ciente de que o movimento é vital, não final; a recusa ao dogma da perfeição e ao mesmo tempo a crença de que sempre há o que melhorar.
O que ele chama de "paradoxo"? O fato de que o amor nasce sempre sob o signo do entusiasmo, da entrega febril, e depois vai se convertendo numa rotina tediosa, sem aventura, repleta de picuinhas e  injustiças.
O romance da libertação a dois gradualmente passa a ser o drama da prisão partilhada. E dão greve ao prazer, cometendo uma deslealdade antes mesmo de passar a uma traição concreta."
Cita Pascal Bruckner :" o amor na atualidade, em que não é a repressão que sufoca, mas a liberdade, ou melhor, o individualismo cínico de hoje entendido como liberdade.
As relações íntimas são calcadas nas do trabalho: o retorno sobre o investimento deve ser maximizado. Sonho com uma relação humana que jamais extravase: você me agrada, ficamos juntos, você me cansa, eu o dispenso. Experimentamos o outro como um produto"
"A internet estrutura a busca do parceiro como um mercado, é o paradoxo da cultura consumista.
A indústria da auto ajuda e dos anti depressivos induz à expectativa de que os problemas sejam resolvidos como " fast food", como um objeto de consumo que sacia meus desejos, na verdade insaciáveis em sua rede de dependência; o desejo novo, afinal, tem como trunfo parecer mais promissor, e no entanto as decepções se multiplicam na mesma escala."
Não se pode  pensar no amor verdadeiro "sem disposição para o autosacrifício em prol do parceiro" .E autosacrifício é tudo que nossa era desencoraja.
"O amor é uma aventura de que não queremos nos privar, mas com a condição de que ela não nos prive de nenhuma outra."
Seduzir se torna uma caça a troféus, ao exercício da vaidade- como alguém quando numa relação estável diz que " só não quero saber" de eventuais casos de sua parceira, na verdade está querendo dizer que quer ter o direito de fazer o que quiser desde que consiga não magoar o outro.
Há uma maldade nova em nossos amores: a adesão a mim mesmo me autoriza a apunhalar o outro pelas costas.
Trata-se o outro com valores utilitaristas: se não serve mais, será descartado, a fidelidade se torna um esforço que termina deixando um com raiva do outro. O pior, diz Bruckner, é que o casal se mostra indigno da paixão que o fez começar e, assim, deixa a monotonia vencer.
Será que não se acredita mais no amor sólido, livres da indulgência mútua?
Um bom relacionamento é uma conversa variada e feliz, é amizade e sexualidade, às quais se pode acrescentar ternura, o sentimento de que o ser amado mexe muito mais conosco do que um simples amigo(a) atraente.
É um equilíbrio sempre móvel entre segurança e aventura, a não ser vencido pela desconfiança ou egoísmo; não faz sentido ferir quem amamos, cobrando perfeição como se o menor desapontamento fosse justificativa para magoá-lo, para trocar uma bela história por um laço superficial.
O amor duradouro é uma conversa contínua, uma troca de duas vozes sempre redescobrindo a si mesmas. É um ensaio, não um contrato.

08 setembro, 2011

Saudades de NY.

Faz exatamente um ano que voltei de Nova Iorque, revendo as fotos e sem ficar alheia aos  inúmeros documentários na TV  que lembram a semana de 11/9, me veio a tona uma reflexão que trazemos de cada viagem.
Como administrar os inevitáveis sentimentos de perda e de saudade, ao retornar ao nosso país e à rotina do dia a dia após ter visitado lugares encantadores, se deslumbrado com maravilhosas paisagens, vivido intensas experiências culinárias, culturais, espirituais, feito novos amigos - e mesmo amores- ao longo de nossas andanças por este mundo maravilhoso?
Como é voltar a ser abóbora , depois te ter vivido a experiência de ser Cinderela??
Acho que muitos já passaram por isso e conseguem compreender o espírito da questão.
Os viajantes ao voltarem sentem um vazio estranho e alimentam a esperança de reconstruir as experiências e sensações que viveram.
 Infelizmente, isso jamais vai ocorrer!!
 Cada viagem é uma viagem única e ainda que você tente repetir exatamente as condições daquela que lhe deixou saudade - mesma época, mesmo hotel, mesmos companheiros, mesmos restaurantes,- tudo há de parecer diferente, talvez melhor ou pior, porque o tempo  muda o que somos e o que são os lugares.
Além disso, não deve haver perdas a lamentar, mas, unicamente, descobertas a festejar.
É claro que dói quando chega o momento de fazer as malas e terminar uma viagem feliz, mas por outro lado sempre parto segura que aquela experiência foi relevante e muitas outras virão.
Ao lado das novas, ela irá compor, um dia, a totalidade da minha riqueza, e terei o prazer de registrar nesse blog bem como em minha mente mais uma  benção maravilhosa que a vida me proporcionou.

02 setembro, 2011

Relacionar-se

Saber se relacionar é muito importante porque todo ser humano sente necessidade básica de se sentir aceito, querido, desejado, valoroso, legitimado e importante.
 Necessitamos tanto disso que praticamente vivemos para isso: nossas escolhas são baseadas em nossas crenças em atingir estes objetivos.
E é no relacionamento com o outro que podemos, ou não nos sentir assim. Se soubermos nos relacionar de modo a aceitar o jeito do outro ser e nos alimentar dessas relações.
 Sim, falei nos alimentar da relação porque só crescemos na relação com o outro, caso contrário, ou se nos relacionarmos apenas com nos mesmos, não há ingredientes para transformação tal qual o preparo de um alimento – para se fazer arroz é necessário: água, sal, panela e fogo.
Grão de arroz com grão de arroz não se transforma em alimento. Análogo a uma pessoa que não sabe se relacionar.

Ao nos alimentarmos da relação, aceitando o modo de ser do outro, não apesar de ser diferente do nosso, mas exatamente por esta razão, faremos o outro sentir-se importante, querido, aceito, legitimado e valoroso, e se alguém se sente assim com a gente desejará a nossa companhia e fará com que sejamos aceitos, legitimados, valorosos e importantes tal qual as águas refletem a imagem daquilo que nelas
Quando os interesses e os investimentos emocionais e intelectuais são os mesmos, nestes poucos e raros momentos as pessoas se encontram, deixam de ficar ensimesmadas e sentem um calor envolve-las. Estão juntas e se encontrando numa boa relação. Isto acontece quando mais de uma pessoa compartilha do mesmo clima emocional e mental.
 É tão bom como quando se está fisicamente envolvido por águas mornas, só que bem melhor, pois estamos falando de um envolvimento menos superficial que a pele.
Mais intenso e profundo do que o físico. Estamos falando de um envolvimento emocional. Nessas ocasiões estamos tão deliciosamente envolvidos uns com os outros que não sobra mente para nos percebermos. Estamos inteiramente tomados deste e neste encontro, por isso só depois quando nos lembramos dos raros e bons momentos do encontro é que sentimos saudade.
Mas não sabemos como ou o que fizemos para atingir esta feliz sensação.
 Quando há encontro, estamos inteiros dentro desta relação, imersos, e não resta uma parte de nós preservada, não envolvida ou não tomada. Isto é não há um estado em nós que não esteja entrelaçado no encontro e que possa se enxergar do lado de fora da relação para que possa se observar e apreender a técnica do bom relacionamento, e por meio desta aprendizagem poder principalmente, entrar ou sair a bel prazer desses deliciosos encontros.