07 abril, 2010

Epifania


Tempo...ter eu tenho, mas é pouco graças ao trabalho que aceitei e que é maior do que minha capacidade de entregar. então me concentro: nada nada nada que não seja eu mesma, meu namorado que ainda não me conheceu, minha casa, minha família, meu círculo mínimo de amigos , minha paixão por idiomas e a bicharada que acolhemos.

sinto pela ausência em algumas outras esferas, mas acho que finalmente estou aprendendo a respeitar meus limites e priorizar interesses... a pedra no sapato continua sendo meu foco enorme no trabalho, em detrimento de outros interesses. mas eu vou devagar e sempre, e sei que chego lá...ontém demorei um tempão só curtindo a água quente do banho, tava um frio de rachar e aquilo foi um prazer sensacional, algo tão simples mas reconfortante.

esses dias numa conversa com minha amiga (sempre nos falamos várias vezes por semana) tive uma EPIFANIA (aliás, que palavra linda! :)), é a sensação de realização , a compreensão da essência de algo, antes que alguem me rotule de nerd...mas não fica melhor numa palavra só?
e estou ainda um pouco balançada por ela... a epifania que senti!!
muito do que sou é uma reação violenta a comportamentos familiares que eu abomino. meu medo de repeti-los é tão grande que me transformei no inverso (o que é tão ruim quanto, convenhamos).

e pra juntar lé com cré, estou lendo A auto-estima do seu filho, por indicação da minha amiga, claro.... milhares de fichas caem loucamente a cada parágrafo, e eu não sei como consegui viver sem lê-lo antes....teria gastado menos com terapia.

se você não leu, faça-se um favor: leia. se você tiver filhos, faça um favor a eles e leia pra ontem.

eu juro que estou tentando ser menos ansiosa... mas entre o trabalho, obrigações, alguma vida pessoal, trânsito e os eventos sociais , não sobra tempo pra NA-DA e eu ainda quero tanto...tenho que achar horas e grana para as aulas de gourmet!

vivo sonhando com os dias lindos de doer e a calmitude das paisagens de outono canadenses; tenho tido ódio profundo de dirigir a SP. o trânsito, o barulho, a falta de gentileza e o monte de pessoas em tudo que é lugar me deixam triste e incomodada.

portanto não se espantem com meu sumiço... é pura e simplesmente vontade de estar na casa dos meus sonhos cheia de árvores em volta, com beija-flores, pássaros, sereno da noite e cães soltos pelo gramado, sem contar o cheirinho da lenha queimando na lareira ,uma taça de vinho...e a receita mais saborosa de cordeiro assado cheirando no forno.

tenho pavor do não viver, de deixar passar os minutos-horas-dias, além dos malditos meses e anos, e não fazer basicamente nada. o problema é a sensação de nada contraposto ao tudo - o que significa aproveitar o tempo?

não quero ficar como minha mãe, que se inquieta aos fins de semana, porque "é sempre a mesma coisa, mesmo restaurante, mesmo programa"; quanto do meu desejo é não fazer nada,ou fazer algo diferente, de deixar o tempo passar...
não é uma resposta à pilha ou a mesmice da minha mãe, meu deus? será que eu estou repetindo padrões ao contrário?

alguém mais tem medo de repetir padrões inversos? não sei o que pior - trilhar os caminhos tortos dos nossos pais ou revoltar-se absolutamente e dar volta de 360 grau. às vezes me sinto parada, costas-com-costas, no mesmíssimo lugar que eu sempre detestei.

estou num momento difícil, de impasse, do assunto X e outros tantos que ainda não defini... me aborreço quando sinto essa sensação de algo que está empacado, lento e pesado pra mim - pesado é apelido, é a encarnação da santa bigorna amarrada no meu pezinho 37.

a vontade não é de ficar quieta, esperando passar... em silêncio, torcendo para as horas do mal esquecerem que eu existo....mas que as coisas acontecessem como num sonho e não envolvessem dor ou decepção em outros .

chamem de karma, coincidência ou simplesmente destino, mas o livro auto estima do seu filho anda na minha cabeceira nesse momento não por acaso... e preciso ler e ao mesmo tempo não ler - essa é minha desculpa para ter sempre o conforto de suas páginas; a verdade é que ando precisando de metáforas e caminhos sem pedras... estou calejada, cansada e não estou gostando de me dirigir tão rapidamente aos 40.

não, não senhores, não tem sido um ano fácil. considerando os ciclos de 7 anos, eu achei que os 35 é que seriam difíceis, mas os 36 estão sendo uma corrida de obstáculos e eu me sinto um tanto contundida.

havendo simpatias para redução de angústias (e falta de dinheiro, que continua um problema como sempre), não deixe de escrever pra mim, tá?

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