16 abril, 2010

Desejo, insatisfação e destino

Não são muitos os homens capazes de declararem seu afeto por uma mulher e reconhecer  que por esse afeto transgridem  tradições que, a meu ver, merecem ser delegadas ao esquecimento e desuso para o bem de todos.
Poucos conseguem dizer que ela é a alma e coração de uma família
Não compartilho da visão do filósofo de que ela é um homem incompleto ou deficiente. Muitos poderiam  ver na  declaração acima um indicativo de fraqueza e vício, mas vejo coragem e honestidade. A maioria dos homens não tem contato suficiente com seu universo interior para reconhecer que uma mulher pode ser sim até a alma e o coração de uma comunidade .
É uma postura fácil tornar o outro frágil, submisso, aquele que impede o desenvolvimento do outro é um escravo da paixão que tem por si mesmo.
Claro descrevo sentimentos com base na ótica feminina, entretanto tenho consciência de que é necessário entender  que essa visão comporta apenas a visão feminna, não o todo.
É frustrante viajar no mar dos seus próprios desejos insatisfeitos.
Será que desejo e insatisfação são pares, inseparáveis como sapatos?
Um sapato só  é inútil  ao homem, ou será que é preciso caminhar descalço e sentir, despido de todas as mazelas criadas por nós, para se sentir integrado com a vida.
Só sei que ninguém foge à própria vida e esse também é meu destino.
Não sei até quando continuarei a estrangular alguns desejos para me consolar com outros deles que vivem em mim, mas sei que é uma luta a cada segundo e em cada decisão.
Há em tudo um doce-amargo,uma aventura cercada por riscos, uma segurança cercada pela mesmice, uma satisfação mergulhada em insatisfação...

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