Fazendo as malas - Carnaval Rio de Janeiro

Quarta feira de cinzas e estou de volta a SP , corpo em frangalhos, mente tranquila e ótimas lembranças de vários dias de folia.
Este ano passei o Carnaval no Rio de Janeiro, cidade belíssima, que permite um contato muito próximo com a natureza por qualquer lado que se olhe, uma viagem especial por vários motivos; primeiro para lavar a alma depois de um começo de ano conturbado e em seguida por ser minha primeira vez na Sapucaí.
E nessas me perguntei que brasileira é essa que demorou tanto para conhecer esse espetáculo do samba, como diz o compositor quem não gosta de samba , bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé; particularmente adoro um bom samba, entro em frenesi quando a bateria passa mas como tudo que é bom dura pouco quando você se dá conta a escola passou e você quer mais.
Posso imaginar a alegria do folião desfilando na Sapucaí, carregando fantasias belíssimas e a despeito de um calor de 40°C todos sorriem , alguns estão boquiabertos de emoção e é impossível não se contagiar com toda essa alegria genuína, essa muvuca sem transtornos, numa comemoração pacífica que reuniu mais de 60 mil foliões.
A escola Unidos da Tijuca era pura irreverência, revolucionária, estava linda. O luxo das fantasias era algo impressionante, o repique da bateria não te deixa ficar parado, especialmente quando ela passa bem na sua frente.
Meus olhos se deslumbraram com a comissão de frente da Unidos da Tijuca, espetacular o sincronismo na troca de figurino em segundos, a Sapucaí foi ao delírio , a escola só trouxe inovação e quem não delirou ao ver Batmam esquiando e Homem Aranha escalando ? Imbatível , podia até não ter ganho, para mim era a campeã.
Se até a popstar Madonna compareceu para conferir o show que nós brasileiros somos capazes de oferecer ao mundo então não dá ficar de fora desta festa ao menos uma vez na vida!
E o Rio , mééééeeeu irmãããããão ainda tem o Cristo Redentor que abre os braços a seus visitantes e oferece inúmeras possibilidades para se curtir o Carnaval, o bloco do Bola Preta reuniu milhares de pessoas nas ruas , regado a muita cerveja e um calor escaladante o brasileiro deu um show de criatividade nas fantasias , de piratas , bailarinas , fantasmas a drag queens todo mundo cantou e sambou como nos velhos tempos de carnaval, com a diferença de que agora a popularidade tomou proporções gigantescas. Eram centenas, milhares de pessoas com adereços pelo corpo tentando uma fantasia, e circulavam por Ipanema, Leblon ,Copacabana, fechando o trânsito e soltando a franga.
Um Rio muito melhor que Salvador, teve até crítica com marchinhas deboxando das cordas e abadás dos soteropolitanos; um carnaval de rua mais livre cada um seguindo à toa o seu caminho e encontrando a sua turma.
E os taxistas então, um capítulo a parte, de bizarros, palhaços, irritadiços, simpáticos , papais de quadrigêmeos a ex-militantes eles deram um show exibindo os diversos perfis de carioca.
Ah não voei de asa delta, até estive em São Conrado , mas faltou coragem ;um dia ainda faço um voo duplo, pensando bem acho que não tem a menor chance, rsrs.
Além dos blocos, da Sapucaí, você ainda podia curtir a gafieira na Lapa, a gastronomia de Santa Tereza, a vista do Pão de Acúcar, a magia da lagoa Rodrigo de Freitas, o vôo de asadelta na pedra da Gávea, o calçadão de Ipanema-Leblon, os quiosques de Copacabana, as praias da Barra da Tijuca, a vista do Arpoador , o por do sol espetacular...
Eu vivi um conto de fada nesses dias.... Ah tá bom estou exagerando, eu não acho, amei!
Você ainda vive nos contos de fada e sonha escutar a frase foram felizes para sempre?... Eu não mais!Prefiro um bom momento de feliciidade.
Negue o quanto quiser , mas sei que já passou por isso, e se não passou não sabe o que está perdendo.. o problema de resistir a uma tentação é que você pode não ter uma segunda chance, e no meu caso é não perder a chance de desfrutar as delícias de uma viagem.
Se eu gostei? Demais. Se voltarei? Olha, é quae meia noite e nem dormi direito até ontém , então como planejar o futuro?
Talvez volte para desfilar ou assistir novamente, talvez never more, a vida vai decidir por mim. O que importa é que foi espetacular, e por mais que o carnaval tenha se tornado uma indústria que envolve muita, mas muita grana, a verdade é que o samba, ator principal da festa, segue dando um show.
Sem ele, não é carnaval.