07 junho, 2011

As separações

Recentemente li uma boa explicação sobre o medo que temos da morte; no fundo o que assusta nela são três fatores: o desconhecido que é sempre amedrontador;  a resistência a abandonar a vida, o que é próprio dos instintos; e é claro a passagem, o cross over,  que pode estar carregada ou não de sofrimento.
Particularmente penso que os que valorizam em demasia apenas o lado material neste universo, sofrem ainda mais nesta despedida de morada, porque afinal a vida continua de uma outra forma.
 Com uma dose de humor já disseram: acredito que a vida e a morte sejam, ambas, boas. O problema é a transição.
É assim ; sorrir e pensar , simbolizam o encontro das qualidades que nos fazem verdadeiramente humanos - a razão e a emoção, a morte coloca as duas para trabalhar ao mesmo tempo.
Ninguém está livre de sofrer com separações, a não ser que se condene a não estabelecer relações!
 E quem mais padece com despedidas são as pessoas que mais fazem amigos, que mais colocam seu afeto à disposição do outro. Se me fosse dado escolher, preferiria ter sofrido ainda mais por ter tido mais despedidas de pessoas que foram importantes, mas que me deixaram porque eram ainda mais importantes para si mesmas, e precisaram seguir seus rumos.
Na despedida vivemos a lógica cruel de aceitar o afastamento com a cabeça, mas de negar com o coração.

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