01 março, 2011

Minha gratidão a Dra Claudia Kronfly

Acho que todo mundo já se deparou com aquela afirmação de que as pessoas entram na nossa vida e não é por acaso....se eu voltar  um filme na minha cabeça há mais ou menos  um ano atrás posso lembrar de um passeio despretensioso até a padaria em que minha cadelinha nos acompanhou, no estacionamento encontramos com a Sra. Leila uma psicóloga simpática , dona de duas poodles que tinham por volta de seus 16 anos de vida e que aparentavam menos de cinco, entre os mimos aos seus caezinhos nada mais nada menos que geléia real no café da mãnhã.....
Aqui em casa a realidade é beeemm mais pé no chão embora tenha de confessar que mimo muito meus animais de estimação , mas o post era para registrar e agradecer que graças a Leila  e a nossa conversa animada , conheci a Dra Claudia Kronfly; uma veterinária excepcional e apaixonada por animais  que conseguiu com seu profissionalismo e em pouco mais de meia hora de conversa me convencer que a cirurgia de castração e a de remoção de tártaro não eram assim  esse bicho papão que haviam me pintado durante anos, e quantos anos se passaram por conta desse medo.
Em homenagem a ela que não só cuidou com muito carinho da minha cadelinha nas duas cirurgias  mas que também é um ser humano incrível vou deixar esse post registrado e seu amoroso texto.
O AMOR DE UM CÃO
"A história que vou contar não é a única que vivi, mas é aquela que mudou a minha vida. Sou um “vira-lata” que vivia na rua, vagando sem rumo há não sei quanto tempo. Tempos difíceis de solidão, fome, frio, dor e medo… Mas não é disso que quero falar.


Um dia, quando minhas forças pareciam ter se esgotado, senti o calor de uma mão tocar-me o corpo sujo e ferido. Sim, havia sido ferido por um ser muito maldoso de quatro rodas. Estava frio e chovia muito naquele dia. Minhas feridas doíam meu estômago também, mas minha alma sofria muito mais que aquele velho corpo. Pulgas e carrapatos compartilhavam comigo daquele sofrimento.

Seria uma miragem alguém tocar-me com tanto amor? Quem se importaria com um velho cão andarilho, sujo e fedorento? Ela se importou e me recolheu.

Fechei os olhos, pois parecia um sonho e eu não queria acordar. Banhou-me em água quente, limpou minhas feridas, deu-me a mais deliciosa refeição que um dia pude provar. Naquele instante descobri o amor… O amor mais puro que alguém pode sentir por outro ser, o amor incondicional. Acho que nós dois sentimos isso ao mesmo tempo. Ela, ao tocar-me, parecia dizer: “você está seguro agora, será amado!”

Naquele dia também conheci um lar. Não sei se já tive um no passado, não consigo lembrar… mas ali havia uma família de verdade, todos pareciam me amar. Recebi cuidados médicos, boa alimentação, mas o que me curou de verdade foi o amor. Foi cada toque de suas mãos, seu olhar, suas palavras doces. Sim, ela era minha amada, minha amada “dona”.

Já vivemos juntos há um ano. Acho que comecei a viver de verdade à partir daquele dia, daquele toque. Amo-a de todo meu coração. Beijo com minhas lambidas suas mãos todas as vezes que me acaricia. Protejo-a todas as vezes que saímos juntos. Quando vamos passear, fico todo imponente, importante. Quero que todos me vejam com ela. Quase consigo “desfilar”, apesar do meu jeito desengonçado de andar. Não sou belo, não tenho pedigree, mas tenho tudo que preciso para ser feliz: AMOR.

Já dividi o meu espaço em casa com outros coitados que chegaram da rua, famintos como eu e que, depois de tratados, foram encaminhados para outros lares. Sim, minha “amada” é muito humana e salvou outros companheiros meus, mas somente eu fui o escolhido para ser o seu amor.

Não sei quanto tempo ainda me resta neste velho corpo, mas não me interessa saber. Vivemos um dia de cada vez. Não quero saber do passado nem do futuro. Temos um ao outro e nos amamos, e isso é tudo o que importa.* O “autor” desta crônica, Bimbo, foi encontrado na Rua Padre João Manoel, nos Jardins, em São Paulo, pela Dra. Claudia Souza Kronfly, da Clínica Veterinária Pet Patas"

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