07 outubro, 2009

Isabel a espanholita

Na época do caderninho o amor , a vida, os romances vividos eram coisas íntimas ah mas alguém sabendo a necessidade do ser humano de ser um pouco pavão , e se exibir um pouquinho pronto encontrou o caminho de se expor ao público, alardeamos nossas conquistas pessoais como uma torcida de futebol comemora um belo gol.
Algumas estórias românticas deixam de ser a dois e viram roda de assunto com direito a comentário autografado.
Não é uma crítica apenas acredito que sente se amado verdadeiramente aquele que se sente bem-vindo, que se sente a vontade para ser exatamente como é e não um personagem, que se sente perdoado depois de uma discussão sem que a mágoa volte como munição na próxima briga. Sente se amado quem as vezes provoca até uma pontinha de raiva, afinal amor e ódio habitam o mesmo universo.
Existem várias dores de amor, penso que a mais dilacerante para nós seja a da separação física provocada pela morte , uma dor que esvazia o coração, que faz crescer a saudade....
A pessoa que nos deixou já não nos abraça mais, egoísmo de minha parte só me interessa o amor que eu sentia por ela, aquele amor que exemplificava; uma generosidade sublime.
O que você deve estar sentindo daí?
É o arremate de uma história que terminou no plano terrestre, sem nossa concordância, mas que precisa ser aceita com compreensão de que corpos se esvaem no tempo mas sentimentos se solidificam com ele.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo, do apego e da falta de fé da certeza do reencontro.
Vovó pena você não ter deixado nenhum caderninho , talvez lendo suas memórias eu pudesse conhecer um pouco mais de ti, e sentisse nas entrelinhas de sua vida a mesma doçura com que acalentava meus cabelos.
Já se passaram alguns anos mas jamais esquecerei dos seus cafunés tão disputados por mim e todos seus netos.
Um abraço carinhoso e muito amor .
Você faz uma falta!
Até um dia....

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