03 fevereiro, 2011

Árvore de amizade

Semana passada combinei com uma amiga de almoçarmos juntas num rstaurante natureba charmosíssimo a algumas quadras de casa, o máximo que conseguimos ir nos fins de semana em que a preguiça reina.
A cada passo entremeando nossa conversa , num tema da qual não tenho o menor gabarito ou  experiência para opinar , pensei em amigas e amigos que comigo atravessam décadas acompanhando os acontecimentos: formaturas, casamentos, filhos, uniões, separações, novas uniões, caminhos definidos por carreiras, renovação de projetos de vida.
Nessas conversas ainda que não saibamos ao certo o que dizer, creio que o carinho que temos pelo outro nso ajuda a oferecer encorajamento para as mudanças necessárias, alento para a frustração de tudo que não acontece como gostaríamos e sobretudo o suporte amoroso para amparar a dor das perdas.
Com a autorização da intimidade cultivada, nos sentimos livres para dizer coisas difíceis de ouvir, questionar crenças e valores arcaicos infundados e principalemnte desmascarar hisorinhas de auto engano.
Essa teia que se forma na amizade, se tece com todas as nuances das trocas:  de receitas, de casos engraçados, de kill Bill a Goethe, de reflexão sobre temas importantes, médicos, cosméticos, endereços úteis, sugestões de viagens.
Me emociona a combinação dos olhares de cada um, fato recente que pude observar no meu último aniversário, e é através desse caleidoscópio  que oferece vários ângulos para uma mesma situação que permite que nós reescrevamos histórias, reassumimos posições, reerguemos, agimos de outro modo, fazemos mudanças, aventuramos em trilhas desconhecidas, ousamos, recuamos.
Principalmente transformamos dramas em comédias porque a mão amiga que nos acolhe quando nos desfazemos em lágrimas, é a mesma mão que depois de digerida a desilusão nos acode para rirmos juntas das cenas passadas.
A confiança que sustenta essa teia da amizade nos permite acolher o modo diferente de vivenciar situaçãoes nas quais nos envolvemos e nos encoraja a reavaliar o que fazemos ou sentimos.
Com a certeza de receber compreensão  e aceitação revelamos segredos que  nos envergonham  ou nos amedrontam.
Os amigos de longa data guardam valiosos fragmentos de memória perdidos em nós, nestas conversas recuperamos peças de quebra cabeça que nos ajudam a compor a imagem mais nítida da nossa própria vida e assim vamos envelhecendo sabiamente juntos na estrada do tempo.

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