29 março, 2010

belas artes

uiiii... cai na de assistir filme no belas artes em pleno domingão.... saí com os miolos fritando...é incrível como as pessoas enganam a si mesmas constantemente.
o cara ficou prisioneiro de uma vingança por um quarto de vida.... é um mecanismo normal de defesa, eu sei, mas parece que quanto mais recursos intelectuais pior fica o cenário.

antes tivesse ido assistir Julia e Julie e me esbaldado no prazer da boa refeição.

parece tonto, mas a expressão inglesa walk the talk é perfeita para o que quero comentar. é fácil falar, é mais fácil ainda criticar; difícil é ser e fazer o que se fala.

é tão comum ver pessoas intolerantes e tiranas falando de liberdade que já nem me causa mais choque. algumas das pessoas mais radicais e controladoras que conheço defendem a liberdade. não é irônico e muito menos engraçado, é triste. principalmente porque estas pessoas acham que não são radicais, eles acham que palavras são mais fortes que atos, que intenções valem de alguma coisa, que a gente consegue enxergá-las alem de sua retórica.

fácil pregar tolerância e liberdade quando se está isolado num contexto no qual não é necessário praticar a tolerância e exercitar a liberdade (principalmente a alheia). pessoas que escolhem relacionar-se somente com seus iguais (e de preferência poucos) praticam o contrário da tolerância. usam sua liberdade de escolha para transformarem seu entorno numa ilha que está 100% sob controle. no fundo, não é necessário fazer nenhum exercício de tolerância, pois o que as cerca é reflexo delas mesmas, não há resistência ou atrito.

sempre há atrito, mesmo entre iguais, claro. mas é muito, muito menor. e nos mantém na nossa ilhazinha de conforto...

minha tendência é de fazer, falar e depois perceber que na ânsia de acertar meti os pés pelas mão e reconhecendo essa minha limitação, tento na próxima fazer diferente, é tenho feito exercícios de comportamento.
ao invés de vir aqui e desfiar longos discursos (como este :)), tenho preferido arregaçar as mangas e viver, me relacionar com as pessoas, dar a cara pra bater, e sobre alguns aspectos ando dando murro em ponta de faca.

muitas vezes é chato e incômodo conviver com a realidade.

é bem mais simples e fácil manter contato somente com meus pares, os poucos amigos que escolhi e as escolhas de consumo intelectual. é mais fácil ficar em casa pra não ter que conviver com "as outras pessoas". isolar-se é cômodo e pode parecer cool, mas é, no fundo, pobre.

sei que fazer é melhor que falar. o blá blá blá intelectual seja aqui no blog,num livro ou numa conversa não é inútil ,me ajuda a não esquecer coisas a aprimorar
nao saio mais dizendo q sou tolerante ou liberal, tento demonstrar na prática que aceito a diferença, que tenho capacidade de conviver e admirar o que não é reflexo e mim mesma, abandonando o narcisismo.
dificil pacas ter compaixão, procurar compreender o outro, encontro tantas portas.
a mais espinhuda: respeitar a limitação do outro, eu literalmente pasto!!!

enxergar e respeitar o outro. observar o mundo ao redor com legítima curiosidade e ver o lado bom das coisas é essencial. é preciso também parar de criticar tudo e todos, fazer piadinhas e destacar o que é esquisito, estranho - diferente. não significa que não faço mais piadas ou coisa parecida. mas é preciso dosar,e conviver (na prática!) com a diferença, nos faz crescer e aumenta a tolerância.

depois que comecei a gerenciar pessoas no trabalho, o que tem me consumido vários fios de cabelo e muita paciência,tento expandir o aprendizado em todos os relacionamentos. ver o brilho escondido nas pessoas e dar bons feedbacks me tornam uma pessoa mais feliz. as pessoas ao meu redor reagem de forma feliz também, potencializando minha própria felicidade. como aprendi a fazer além das expectativas é dificil demais se contentar com o comum, o básiquinho.... confesso que poucas vezes eles me surpreendem , mas eu elogio quando acontece!

todo mundo quer ser reconhecido e admirado pelo que é; todo mundo gosta de coerência pois eu vou contribuir com a minha parte para um mundo mais feliz :)
trÊs dias de máquina parada!!!afffhhhhhh

23 março, 2010

Quidam

Todos os espetáculos que assisti do Cirque du Soleil começam com uma criança frustrada pela indiferença que embarca numa estória criativa , cativante e musicalmente excepcional.
A garotinha frustrada por sua incapacidade de obter satisfação no mundo exterior volta sua imaginação para a fantasia, ao ver o início daquela cena pensei que qualquer situação da vida que leve um indivíduo a se sentir mais valorizado como pessoa, que confirme o fato de ser uma pessoa única, alimenta sua auto estima.
E então refleti que quando as expectativas contrariam a natureza de uma criança e ela prefere corresponder à imagem que o outro deseja, se rejeitando; será uma pessoa vazia, uma cópia da expectativa dos outros, privada de ser a melhor coisa que poderia - ela mesma.
Cada um de nós tem necessidades que não podem ser taxadas como pouco importantes e que devem ser satisfeitas pelos nosso próprios esforços. Sem isso, corre se o risco de pedir , ainda que incoscientemente a outros que a satisfaçam.
Penso também que nossas atitudes para com os outros estão diretamente ligadas as atitudes para com nós mesmos, se sou duro com o outro sou duro comigo mesma.Sabe quando se tem que lidar com as próprias hostilidades, me sinto menos ameaçada pela hostilidade vindo de fora.
Nos últimos anos passei a conviver mais com pessoas que gosto , sem obrigações e conveniências políticas do mundo corporativo me sinto muito mais leve.
E assim como uma criança penso que todo ser humano nos enxerga, até certo ponto, através de seus filtros pessoais ou seja de suas próprias necessidades pessoais; então a imagem que as pessoas podem fazer de mim , pode não ser exata, simplesmente porque os espelhos do outro pode conter algumas deformações.
Atribuir a uma criança um papel que satisfaz às nossas necessidades de adulto, e não as dela, não constrói amor porque amor é aquele ingrediente que desenvolve nesse pequeno ser um sentimento profundo de respeito próprio.
E o que mais tenho visto nos lares não é o ódio, mas a indiferença, um distanciamento constante das crianças e entre adultos.
Poucos tem a sensibilidade de dizer :é importante para mim estar com você!
O comportamento atual dá prioridade a coisas e planos do que a seres humanos, a fome do ter nos deixa cegos às singularidades do outro, gasta-se um tempão e energia para reprimir um erro e nenhum esforço em cativar. Sinto uma dificuldade geral nas pessoas em dedicar tempo as crianças porque sempre tem algo a melhorar, projetar , planejar, uma fome de perfeição sem sentido.
Por mais duro que seja adimitir, tenho deficiências que, ás vezes ferem aqueles que amo, eu reconheço; a convivência no íntimo da família gera atritos - é uma realidade da vida.
Tento ser o mais transparente, sem surpresas , cansei de agradar e resolvi ser mais justa com minha criança; porque a aprovação incondicional destrói o auto respeito, fujo como um raio da imposição: "seja o que eu preciso que você seja, não seja você mesmo"; afinal não é toda hora que dá para fugir para a fantasia do circo e a vida não pode perder o seu significado porque somos únicos.

16 março, 2010

Nino, bigodes e ronrons


Quando escutamos seu miado pela primeira vez não conseguíamos te ver, demos mais uma volta na pista de cooper e você miou novamente.
Com a ajuda da minha irmã te encontramos nas folhagens, eras minúsculo e o olhar de piedade pela falta da mãe e do leite estavam estampados em sua pequena face.
É até ridículo dizer mas tínhamos medo de você e tua ligeirice nos deu um trabalhão mas finalmente você foi para casa, e era tão pequenino que até a chuquinha de bebê ficou grande na sua boca mas você lutou por viver e conseguiu.
E desde então nós que só tinhamos cachorros o adotamos e qual não foi nossa surpresa que todos se adpataram, passado um ano você continua vidrado na nossa mascote, a Mali .
Depois de muitos ronrons, de algumas unhadas e sons inusitados conquistou seu melhor espaço, nosso coração, você ronrona e nossas preocupações vão se embora, você mia e minha ternura aumenta, você brinca de caçadas e me enche de alegria e quando abro a porta você se entrelaça em minhas pernas num balé sincronizado que nunca ensaiamos.
Amas umas sardinhas e se transforma num leao quando cortamos suas unhas, e assim entre bigodes e ronrons tornou se o galã da casa.
E sob o sol dos teu olhos me impressiona a sua silenciosa companhia nas minhas leituras favoritas.

12 março, 2010

Você já pensou na sua rigidez?

Voce já parou para pensar sobre sua rigidez, para ver se realmente voce é uma pessoa rígida?
Se questiona se é assim por medo ou por aprendizado, por repetição de comportamentos observados?
Se formos estudar as nossas vidas, a nossa forma de aprendizado pela própria família desde criança a conviver com as pessoas, a como tratamos as pessoas, enfim vamos perceber nesta educação familiar que recebemos que temos um pouquinho ou que até aprendemos a ser rígidos, ou seja ,sermos inflexíveis. Invariavelmente ,muitas vezes aprendemos desde crianças o que é o certo e o que é o errado e não nos questionamos sobre a nossa postura nestes conceitos, saímos repetindo comportamentos.
Então quando alguém faz aquilo que já aprendemos que é errado, nós nos incomodamos, nós brigamos,ou até nos magoamos intensamente, só que precisamos refletir sobre as questões do certo e do errado, que sabemos que atualmente é extremamente relativo, hoje o que é certo , amanhã pode ser errado.
Então temos que entender que muitas vezes quando as pessoas fazem alguma coisa que nós já aprendemos que é errado, aquela pessoa pode ainda não ter entendido, pode não ter este conhecimento ou não ter aprendido através dos familiares, ou através da vida que aquilo não é mais para ser feito, não é mais devido agir daquela forma, ou pensar daquela maneira.
Por isso temos que aprender a ser flexíveis, porque todo indivíduo que é rígido, todo indivíduo que é duro, ele quebra.
Em que sentido ele quebra?
Ele se torna uma pessoa infeliz, porque não é compreendido, ele fica toda hora discutindo com as pessoas que fazem coisas “erradas”, ou seja, aquilo que ele não concorda, se torna uma pessoa indesejável nos ambientes, porque é uma pessoa que está sempre firme com aquela rigidez, ou seja tudo tem que ser da maneira com que essa pessoa espera.
Se sabemos que a vida é feita de situações, de coisas certas e erradas, e que Deus nos permite até que através do erro nós nos integramos, nós façamos aquela volta por cima, ou seja, o indivíduo quando erra, ele cai , sofre, aí ele reconhece aquilo que fez , se perdoa , repara seu erro e se levanta mais forte.
Por isso que é preciso ser mais flexível, conosco mesmo em primeiro lugar, e depois com as pessoas.
Porque quem é que não erra, quem é que nunca errou? Quem é que nunca tomou um caminho que depois veio se arrepender?
Todos nós com certeza, porque todos nós estamos reencarnando há muito tempo e com certeza ainda somos suscetíveis a queda porque trazemos latências de desejos, de vícios, de formas de pensar diferentes,enfim precisamos compreender que em nosso âmago ainda existem tendências negativas e para que elas aflorem nós estamos vivendo e elas aflorando vamos percebendo que elas não são legais, que elas são indesejáveis.
Mas muitas vezes já executamos as ações, já pensamos, ou falamos ou já reagimos e depois nós percebemos que eram formas ruins de lidar , por isso precisamos nos auto conhecer, para que possamos fazer essa faxina no mundo interno; começar a rever as nossas atitudes e perceber que o que nós aprendemos serve para nós mas não serve para todo mundo.
As vezes você quer mudar a cabeça das pessoas porque já aprendeu algumas coisas novas e diferentes e coisas boas,eu sei.... mas talvez aquela pessoa que está convivendo com você, que está trilhando ao seu lado não tem ainda a condição de transformação, de entendimento para aquilo que você já está fazendo ou executando de forma nova.
Por isso tenha compaixão desta pessoa, faça aquilo que você já aprendeu, assuma sua nova vida, sua transformação e PERMITA que as pessoas sigam seus caminhos e encontrem a transformação no MOMENTO delas não mais no SEU, isso significa viver com FLEXIBILIDADE, viver com AMOR, viver com muita GENEROSIDADE de permitir que o outro seja aquilo que ele CONSEGUE SER no dia de HOJE.

10 março, 2010

Você é generoso?

A criatura generosa é alguém que aprendeu a auxiliar os outros sem se ver obrigada a tomar para si esses problemas, que não lhe pertencem .
Socorrer as pessoas sofredoras e necessitadas sem se envolver na dor do outro para que assim você possa ajudar. Nós precisamos entender que podemos ajudar as pessoas sim, sem viver estas aflições porque senão nós iremos nos incomodar tanto com a dor do outro, que iremos nos revoltar, iremos nos unir a essas pessoas que por estar passando por uma situação ruim , elas se tornam negativas, até blasfemando a Deus , ficando contra Deus pela dor que elas estão atravessando e você acaba absorvendo uma energia negativa.
Nós precisamos entender que ser generoso é auxiliar as pessoas sabendo que estão com aquele exercício para que possam crescer nele, nós não podemos tirar a cruz do outro porque cada um tem a sua cruz, ou seja, cruz nós denominanos simbolicamente a missão da pessoa, o aprendizado da pessoa,.
Todos nós temos situações boas e ruins acontecendo diariamente, sendo assim ninguém pode nos tirar os momentos de aflições porque temos que aprender a superá-los, então da mesma forma se você vai ajudar uma pessoa você tem que entender que aquela lição que ela está passando, auqela dor que ela está vivendo , não deixa de ser uma grande lição, um grande aprendizado para que ela/ele possa transcender.
Por isso incentive as pessoas a pensarem positivo mas que possam compreender o que está passando para que não deixe de tirar o proveito necessário do problema que estão vivendo, da doença que está atravessando porque tudo isso vai despertar um lado muito favorável desta pessoa que é a fé, a esperança, a compreensão e a resignação .

03 março, 2010

Travel

“The world is a book, and those who do not travel read only a page.”
– St. Augustine
All these things of the world are there and they’re waiting for you.

02 março, 2010

O prazer de escrever

Escreva-me
Quando estiver difícil para se expressar
Quando estiver com saudades
Quando estiver confuso com os sentimentos em brasa
Quando tiveres medo
Quando nas pessoas só encontrar indiferença
Quando não tiver nada de novo para dizer
E só quiser ter a certeza de que foi lembrado
Por ao menos um minuto
Escreva-me
Quando estiver sufocado pelas pressões deste mundo
Quando estiver aflito pelas decisões tomadas ou não
Quando quiser compartilhar a paz no crepúsculo
Quando quiser me contar do barulho do vento
Escreva-me
Porque é necessário tão pouco
Para se sentir tão perto
E ficarei contente
Mesmo com um simples bilhete